sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Os álbuns que eu tive... [Parte 4]

Pixies - Surfer Rosa (1988)
Comprei o vinil em 1989 numa loja na galeria Senador Vergueiro
Esse álbum foi recomendado pela amável dona desta loja que já não existe mais, sempre antenada com os últimos lançamentos, principalmente os alternativos. Lembro que ela arrumava umas fitas de vídeo com clipes gravados do “120 Minutes”, o Lado B da MTV americana, e eu passava tardes inteiras vendo os vídeos e ouvindo um monte de discos legais. O Pixies mexeu muito com a minha cabeça na época. Eu ainda era muito ortodoxo na definição do estilo das bandas – tipo, o Mission era gótico e os Pistols eram punks – e não conseguia imaginar nada no meio do caminho. Voilá! Parar o álbum no meio pra ficar falando abobrinha? Cantar um monte de coisas em espanhol? Vocais totalmente esquizofrênicos? Vocal feminino totalmente hipnótico com gosto de quero mais? Barulho, balada, pegada, "Surfer Rosa" é uma aula de rock vanguarda do começo ao fim.


Pretenders - Packed (1990)
Comprei o vinil em 1991 na Ultralar & Lazer do Catete
O primeiro álbum que eu ouvi do Pretenders foi o "The Singles" e obviamente gostei de cara de um monte de outras músicas além daquelas que já bombavam nas rádios normalmente. O sentimentalismo à flor da pele da Chrissie Hynde cai muito bem com as letras românticas e aquela voz de vibrato que ela faz. Esse disco veio na seqüência da turnê dessa coletânea – que pintou aqui no Hollywood Rock de 1988 - e tinha o Johnny Marr recém-saído dos Smiths. Ele acabou contribuindo com uma composição para esse disco, "When Will I See You", mas seu ego inflado fez com que ele não durasse na banda até a gravação de "Packed". O mais engraçado é que a Chrissie comenta no DVD "Loose in L.A.", que “se quisermos ouvir algo obscuro”, é só ouvir este disco. Talvez tenha sido o disco de menor vendagem da banda, realmente. Mas tem ótimas canções. Assim como todos os outros.


U2 - War (1983)
Ganhei o vinil de aniversário em janeiro de 1986
Já conhecia "New Year’s Day" desde o final de 1984 e não tinha me empolgado muito. Tinha achado um pouco pop e eu estava na busca de coisas mais vanguarda. Mas o clamor da crítica era tanto que eu resolvi sucumbir. Não gostei muito de primeira, achei sem graça, depois gostei bastante e hoje já nem gosto mais tanto assim. Depois de conhecer bem o R.E.M. e os Beatles, acho que o U2 parece um pouco vazio. Coisas da vida. Mas "The Refugee" e "Two Hearts Beat As One" são realmente obras primas.