sábado, julho 24, 2010

Last Month I Heard...

Tantra, "Fábrica".
Já tinha baixado o Tributo a Renato Russo há pelo menos um ano, mas nunca tinha conseguido assistir. Na média, bem fraco e muito aquém do que o grande Renato mereceria, mas algumas poucas músicas salvam o tributo do fiasco total. "Metrópole", com o Forfun, surpreende misturando new-punk com ecos de nu-metal, e melhorando o mix de estilos que Charlie Brown Jr. tentou fazer, mas nunca conseguiu, com muita maestria. A Vanessa da Mata emociona (eita, quem diria, eu dizendo uma coisa dessas) com "Por Enquanto", mas a cereja do bolo é a supracitada, presente no segundo álbum da Legião, " Dois", uma obra-prima e certamente presença ilustre em quelquer lista dos Top 10 álbuns nacionais. Muito legal também foi ver Lourenço Monteiro, o baterista do Tantra, arrebentando nas baquetas. A presença do ex-baterista do Wonderland (que assim como outros ex-integrantes, às vezes parecem ter vergonha do passado "from hell"... risos), me fez lembrar, com muita saudade, da época em que moleques compunham na calada da noite, regada a pipoca e Coca-Cola, momento este que valeria qualquer fortuna para pagar a tarifa do bonde do passado e voltar pra passar mais uns momentos por lá.

Sting, "Another Day".
O gajo acabou de lançar um novo caça-níquel, "Symphonicities", com versões do seu cancioneiro, acompanhado por uma orquestra. Ouví-lo só me deu ainda mais saudade dos tempos de "Bring On The Night", álbum originado da turnê da sua melhor safra, já resenhado aqui no blog.

Kreator, "Terrorzone".
Baluartes do Thrash Metal, deram um show na quadra da Escola de Samba da Estácio de Sá em 1992, na turnê do "Coma Of Souls", álbum perfeito do começo ao fim, que só não botava o Slayer no chinelo porque, por volta daquele ano, eles também lançaram sua obra-prima, "Seasons In The Abyss". Apesar do local bizarro, o show foi fantástico e é uma grata surpresa saber que Der Brüder ainda estão na ativa.

Dio, "Holy Diver".
Sem comentários. O melhor cantor do Metal não podia ter ido dessa pra melhor logo agora... o cara ainda tinha muito chifrinho pra fazer, saltinho pra usar e líções pra ensinar. Enfim, perda irreparável. Não me lembro bem, mas acho que o primeiro disco de metal que comprei foi o dele, um EP de "Hungry For Heaven". Não pode ser mera coincidência.

Caetano Veloso, "Como Dois E Dois".
"Tudo certo como dois e dois são cinco"... O que dizer de uma frase genial como essa? Ultimamente ando feliz com o mestre, porque o estupefato "Cê", de 2006, foi a resposta exata à entressafra de praticamente dez anos desde o ótimo "Livro", de 1996 - estou descontando o "Noites Do Norte", de 1999, que tinha lá suas cacetadas ("Tempestades Solares" e "Cobra Coral" salvaram o disco do fiasco), mas que é abaixo da média do gênio. Pois bem, eu já havia prenunciado (e até rezado, sem saber rezar!) que ele voltaria com força total, numa resenha de 2005 aqui no blog. Essa música é da década de 70, mas entrou na turnê do Cê e não ficou nem um pouco deslocada, assim como as ótimas "You Don't Know Me" e "Nine Out Of Ten", do álbum "Transa", de 1971. Mas, afinal, qual música do Caetano ficaria deslocada no tempo e espaço, se todas são eternas...?