domingo, novembro 02, 2014

Autoajuda nos anos 80 - ou para sempre?


Recém lançado, o documentário "Soul Boys Of The Western World", sobre a trajetória do Spandau Ballet, definitivamente vale um confere. A primeira metade por si só já é imperdível: um retrato primoroso da cena musical londrina do final da década de 70. A segunda metade talvez só interesse aos fãs mais ardorosos, mas independentemente disso, é digna de nota a qualidade dos registros visuais da banda desde o início da carreira, formando uma delicada colcha de retalhos que explicam bastante bem os motivos razoavelmente pouco usuais pelos quais a banda terminou e depois acabou resolvendo voltar.

Outro bom motivo para assistir é testemunhar como a banda, que sempre esteve no meio de outros métiers de arte e moda, foi parte integrante dos movimentos culturais daquela época e que, juntamente com as bandas pós-punk e o levante musical e fashionista do Punk, ajudaram a criar um sólido movimento cultural rivalizando com a Swinging London, o que também explica o extremo cuidado com o figurino bufante quase teatral do Spandau Ballet naquela época.

A autoajuda, na verdade, vem de "Gold", um dos maiores sucessos da carreira dos londrinos, que retrata uma tônica literária contrária a da maioria das bandas do início da década de 80, que preferiam trazer em suas letras temas mais existenciais e soturnos. Ao fechar o filme tocando esta canção para uma imensa platéia num festival, após a reconciliação no final da década passada, fica claro que o significado da frase "always believe in your soul" talvez seja até maior para eles mesmos do que para nós.

domingo, agosto 17, 2014

A história não oficial de Lasso

Desde o show do Phoenix no Lollapalooza Chile (cuja resenha fiz com exclusividade para o FANZ, portal de notícias sobre cultura do irmão Marcos Araújo), eu tenho ouvido meio compulsivamente essa música do quarto álbum deles, "Wolfgang Amadeus Phoenix", lançado em 2009. De longe, a melhor do disco, mas o que me traz aqui não é a música em si, e sim, o seu título.

Eu sempre tendo a analisar as coisas e buscar explicações razoáveis para tudo, e o título dessa música sempre me intrigava, mas nunca me instigava a buscar o seu significado. Eu até já tinha prestado mais atenção nas letras pra ver se elas me davam alguma dica, mas eu não conseguia ligar os pontos.

Hoje eu resolvi "googlar" esse título e acabar com essa miniangústia. Lasso pode ser várias coisas. Dentre elas, além da tal música da banda francesa, uma linguagem de programação e um herbicida. Mas também é um método de regressão linear que na mesma hora acabei lembrando de ter estudado nas aulas de estatística aplicada.

A questão intrigante é que, enquanto eu não procurava "a resposta certa", eu só pensava em Lassi (e não na Lassie, a cadela da série televisiva), uma bebida tipicamente indiana a base de iogurte e especiarias. Até hoje sinto saudade daquele mango lassi que tomei há uns dez anos atrás num restaurante "qualquer" da Brick Lane, em Londres.

No final das contas, a verdade é que não existem respostas certas, mas que também as coisas geralmente são mais simples do que a gente pode imaginar.

Lasso é laço, minha gente.

Mas é claro que essa seria a última coisa na face da terra que eu imaginaria que fosse.