sábado, março 13, 2010

Ouvindo Na Última Semana...

Cocteau Twins, "Squeeze-Wax".
Conseguiram neste álbum, "Four Calendar Café", chegar bem perto da perfeição. Essa é só mais uma das dezenas maravilhosas. Sinto saudade do que infelizmente não vi. Reverência com melancolia. Banzo?

Bauhaus, "Endless Summer Of The Damned".
Que retorno... simplesmente espetacular. Diferente de Echo e Mission que cumpriram tabela, eles realmente fizeram um lindo canto do cisne com "Go Away White".

Wonderland, "Non Compos Mentis".
Voltei a ouvir essa demo depois de uns 15 anos e a música título realmente era demais. Pena que a gravação não tenha ficado tão boa, especialmente por causa do vocalista que vos fala. Se assim já fez barulho, quem sabe com uma boa gravação a estória não teria sido diferente...?

Marillion, "Cover My Eyes".
Crucifiquem-me, mas Marillion com Steve Hogarth nem se compara com a era Fish. Essa na versão acústica arrebenta, apesar do melhor deles ter sido na estréia do Steve, "Seasons End".

a-ha, "Manhattan Skyline".
Essa música fica bem tanto acústica, quanto "versão fudêncio". Já resenhado no blog, esse álbum, "Scoundrel Days", é realmente ótimo. Pena que não vou conseguir me despedir deles na Farewell Tour...

sábado, março 06, 2010

Escolhas ou Pirataria Nos Anos 80

No auge da vontade de ser roqueiro, decidi que tinha que comprar um LP "pirata", ou seja, um "bootleg" como diriam os gringos. Não me lembro exatamente aonde, mas acho que foi numa loja no Edifício Central, na Carioca, que fiquei em dúvida entre dois álbuns diferentes: U2 e Venom.

Que diferença! A popice do U2 tinha me pegado - mas não de jeito - com o War (83), já resenhado aqui no blog. O problema era a "vontade" de virar metaleiro. Também, depois de ter comprado o ingresso pro dia do Metal no Rock In Rio I (19/01/1985), e não ter ido porque chovia cântaros, o mínimo que eu podia fazer era recuperar o tempo perdido radicalizando um pouquinho. O nome da banda era maneiro, a capa tinha os "figuras" escabrosos da banda e ainda era cheio de caveiras e ossos, pra completar. Foi páreo fácil, apesar do medo de não gostar do piratão.

Mas quem disse que eu não ia gostar? Com 13 anos a gente "se puxa" (ou seja, se esforça, como diriam os gaúchos), pra não ser igual, e comigo não foi diferente (ê trocadilho infame!). Acabei comprando outro disco do Venom, "At War With Satan", num sebo, por tipo "50 centavos", e tentei forte, mas sinceramente nunca gostei de verdade dos caras...

Vale ressaltar que a qualidade da impressão da capa e da prensagem do vinil eram péssimas (sem falar na capa totalmente tosca, que trazia uma cópia frontal da capa da versão em vídeo, meio que no tamanho original, circundada por branco pra ficar mais barato), bem como a falta de cuidado com o som da gravação (que deve ter sido copiada do original em VHS sabe lá como!) e o selo interno que também era simplesmente branco e toda vez era uma emoção descobrir qual era o lado certo, até que eu percebesse que no espaço entre o final dos sulcos e o selo branco havia umas coisas escritas e lá devia ter um número 1 ou 2 pra ajudar - e olhe lá!

Afinal, não que o do U2 também não fosse esse fiasco "técnico", pois se naquela época até as prensagens oficiais eram meia-boca e as impressões também deixavam a desejar, quanto mais um piratão. Enfim, no final das contas, pensando bem, o do U2 era (é?) muito mais disco, com as ótimas "The Electric Co." e "I Will Follow", apesar de também já não fazerem minha cabeça há bastante tempo.

Outra informação relevante é que "os pirata" era caro pra caramba! Tipo três vezes o valor de um LP, ou seja, chutando nos valores de hoje, tipo uns 100 reais... Eu só consegui comprar esse do Venom porque tirei segundo lugar num bolão da Copa de 1986 com mais de 100 pessoas e o prêmio varava 1000 reais. Queria comprar uma guitarra, mas meu padrasto não deixou. Aí acabei gastando em um monte de besteiras, tipo esse pirata do Venom! Entre outras coisas, comprei um monte de álbuns, como o Rádio Pirata Ao Vivo do RPM e um Rádio-Gravador Panasonic.

Pois é, comparar a pirataria daquela época com a de hoje é covardia. Até porque o must da "pirataria" era gravar as fitinhas K7 com os discos emprestados dos amigos, ou dos amigos dos amigos, ou até mesmo dos amigos dos amigos dos amigos... mas isso é assunto para um outro post.

P.S.: Resolvi ouvir de novo esse disco do Venom (20 anos depois! e dá-lhe os mp3 da vida), e até que eles não são tão ruins... o At War é fraco mesmo, mas nesse ao vivo eles estão melhores que Mötorhead.