sexta-feira, julho 16, 2004

New Punk

Não sou especialista no novo punk que apareceu lá pelos idos da década de 90. Bad Religion, Green Day, Offspring e seus congêneres - incluindo o chamado emocore - realmente não fazem a minha cabeça. Mas não é que o Steriogram, uma banda da Nova Zelândia, parece bem interessante? Não conseguiria definí-los facilmente. Ouço ecos de Wonder Stuff, uma banda inglesa do final da década de 80 e de Cure do final da década de 70 - talvez por isso tenha achado tão legal. Além do mais, o clipe de Walkie Talkie Man é simplesmente um barato. Eu sempre gostei de desenhos com bonecos de massinha, mas neste a animação é praticamente toda feita com linha de tapeçaria, dando um toque super criativo e inovador!


quarta-feira, julho 14, 2004

Injustiças musicais

Eu já sabia que listas eram injustas. Claro que depois de publicar as nossas, fica latente que a indignação ou a raiva em relação às alheias são substituídas pelo arrependimento. De fato, o que é legal nessas listas é tão somente ressaltar as diferenças entre as pessoas e suscitar a discussão saudável sobre um determinado tópico, mesmo que no final, sempre prevaleça a máxima do "gosto não se discute".

Bom, o blá-blá-blá é só pra dizer que, no final das contas, gente boa demais ficou de fora. Então listarei aqui, pouco a pouco, aqueles dignos de menção, seguindo os mesmos critérios anteriormente descritos.

R.E.M. - Green (1988)
Beatles - Revolver (1966)
Titãs - Cabeça Dinossauro (1986)
Siouxsie & The Banshees - Superstition (1991)
O Rappa - Lado B Lado A (1999)
Swing Out Sister - Get In Touch With Yourself (1992)
Legião Urbana - Dois (1986)
Morrissey - Your Arsenal (1992)
Mundo Livre S.A. - Samba Esquema Noise (1994)
10,000 Maniacs - In My Tribe (1987)
Ed Motta - Entre e Ouça (1991)
Bauhaus - Mask (1981)
Pretenders - Viva El Amor (1999)
Chico Buarque - Meus Caros Amigos (1976)

sábado, julho 10, 2004

Os 10 melhores álbuns de todos os tempos

Já que o meu amigo Pocinha, da TocLoc (Locadora de CDs e DVDs) pediu aos sócios que fizessem sua listinha à lá "Alta Fidelidade" pra eleger os 10 melhores álbuns de todos os tempos - e como acaba que esse blog não fala de muito mais coisa a não ser música mesmo - vou tentar fazê-la. Eu já tinha feito uma vez uma listinha dos melhores 25 álbuns de metal para o Globo (ou pra Bizz, não me lembro), à pedido do Bernardo Araújo, mas essa lista que o Pocinha pediu vai ser dureza!

1. The Cure - Disintegration (1989)
2. The Smiths - The Queen Is Dead (1986)
3. Faith No More - Angel Dust (1992)
4. Everything But The Girl - Idlewild (1988)
5. Pixies - Surfer Rosa (1988)
6. Caetano Veloso - Circuladô (1991)
7. The Cult - Love (1985)
8. New Order - Low Life (1985)
9. Depeche Mode - Violator (1989)
10. Alice In Chains - Dirt (1992)

É claro que essa lista muda todo dia. Além disso, gostaria de fazer mais duas ressalvas sobre as minhas escolhas.

Primeiro, não coloquei nenhuma coletânea porque acho que nessas listas os álbuns devem ser eminantemente autorais, portanto, não acho justo incluir algum desse tipo se o artista teve uma carreira super respeitada e lançou um ótimo "the best of", mas os álbuns em si não eram tão consistentes - e eu colocaria vários nessa categoria: Bauhaus, Chico Buarque, Pretenders, enfim, tantos!

Segundo, não quis colocar o inverso: álbuns "perfeitos" de artistas com uma carreira, digamos, não tão profíqua e/ou duradoura; e eu citaria alguns que me vem à cabeça neste momento: o primeiro do Stone Roses, o primeiro do Sex Pistols, o primeiro do Sugarcubes, o Brick By Brick do Iggy Pop ou o Nevermind do Nirvana.

Pra finalizar, que não digam que eu copiei o Kyle do South Park quando ele diz a seguinte frase num certo episódio ao "herói" Robert Smith (que dublou a si próprio!) quando ele finalmente salva o mundo da dominação da "megera" Barbra Streisand: "Disintegration is the best album ever!".

quarta-feira, julho 07, 2004

Os álbuns que eu tive... [Parte 5]

Jesus & Mary Chain - Psychocandy (1985)
Comprei o vinil em 1987 nas Lojas Americanas de Laranjeiras
Esse odiei quando ouvi. Tive vontade de quebrar que nem o Cazé no Neurônio MTV. Achei desleixado, tosco e paradaço. Hoje percebo que pelo menos eles foram inovadores no conceito e os seus seguidores conseguiram aprimorar a fórmula. Na verdade não consegui gostar do Jesus & Mary Chain até que eles lançassem o seu terceiro álbum, o "Automatic" (1990), que hoje me lembra a mesma guinada que o Sisters of Mercy deu com o "Vision Thing" (1990), onde pitadas de testosterona, uma boa bateria eletrônica e uma tomada em 220 volts fizeram toda a diferença. Finalmente, o vocal doente e a guitarra senil estavam com mais "pegada" e também diferentes do segundo álbum, onde os toques de surf music anos 50 ainda não tinham me seduzido. Bom, no frigir dos ovos, os caras influenciaram muita gente boa, começando pelo My Bloddy Valentine e indo até o Oasis e passando pelo fenomenal Pixies, que inclusive fez uma fantástica releitura de um dos hits do "Automatic" no seu último álbum de estúdio, "Trompe Le Monde" (1992), antes do retorno triunfal em 2004.

Joy Division - Closer (1980)
Comprei o vinil em 1989 numa loja na Sete de Setembro
Comecei a freqüentar o centro da cidade na busca por sebos de discos, revistas e livros por essa época - a única exceção até esse momento eram as idas à Rua da Carioca para comprar encordoamentos e namorar as guitarras nas vitrines das lojas de instrumentos musicais. Ensaiei muito pra comprar esse álbum. Já gostava de New Order e tinha ótimas referências provenientes da Bizz, mas por algum motivo tinha receio de não gostar muito do som. Naquela época era difícil conhecer as bandas "obscuras", a não ser comprando os discos ou pegando emprestado com alguém, portanto, a gente tinha que se virar de algum jeito. Achar uma dessas "obras-primas" em sebos era tarefa árdua e como nenhum dos meus amigos gostava do Joy Division, eu tentava selecionar os melhores porque a grana era curta e a safra naquela época era profíqua. Na verdade, um outro motivo era um sentimento que tomava conta vez em outra de maneira bastante contundente comigo e se manifestava de várias formas e em várias fases: o radicalismo tipicamente adolescente. Achava muito rara a possibilidade do Joy Division superar o New Order de alguma maneira e fui retardando o projeto de ouví-los. Quando finalmente aconteceu - pra variar - demorei a entender. O minimalismo do som me causou uma certa repulsa e lembro que aconteceu igualzinho quando ouvi Siouxsie pela primeira vez, ao contrário do Cure, que sempre teve uma "pegada" que me encantava de graça. Mas foi só questão de tempo para se apaixonar pelo lirismo e a angústia das palavras e do timbre de Ian Curtis, admirar os ritmos inusitados de Stephen Morris e acompanhar o nascimento do baixo inconfundível de Peter Hook. Senti que tinha descoberto os mais puros representantes do punk que trocaram a revolta (adolescente?) pela depressão (adulta?) e que fatalmente naquele momento havia florescido uma das primeiras flores que compuseram o jardim que hoje chamamos de pós-punk.

Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens - Ao Vivo (1986)
Comprei o vinil em 1986 na antiga Mesbla do Passeio
Esse era um dos que eu ouvia saboreando um cornetto de creme com gotas de chocolate... era um ritual delicioso, mas raro porque eu dosava a gula pra poder comprar casssetes para gravar os álbuns que eu arrumava emprestado. Engraçado que os outros que eu ouvia seguindo o mesmo ritual - "Bring On The Night" (1986), do Sting, e o "Magic Touch" (1986), do Stanley Jordan - também tinham o mesmo clima (lendo as resenhas deles vai dar pra entender os porquês). Além de trazer uma nova roupagem para os clássicos do Kid Abelha, com versões estendidas e canções emendadas, o álbum tinha uma veia quase jazzística. Seria a recente saída do baixista e compositor Leoni a causadora dessa guinada nos arranjos? A vontade de exorcizar sua figura tão presente? O fato é que a banda até hoje não conseguiu superar a força daquelas composições e apesar de ter sustentado com louvor sua carreira desde então - e diga-se de passagem, sem altos e baixos, feito quase inédito entre as bandas do rock brasil 80 - e por essas e outras esse disco - quem diria - continua atual mesmo com a enxurrada de "acústicos" e "ao vivos" que foram lançados nesta década.

quinta-feira, julho 01, 2004

Cure de volta à ativa !!!

Parece ser muito bom esse disco novo do Cure. Só ouvi o single, "The End Of The World" e lembra tudo de melhor que Robert Smith já fez. É uma pena que o Hemisfério Norte todo se agita para esse tão esperado lançamento - sem falar da turnê dos caras, que já está rolando - e a gente aqui embaixo fica só babando...